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DOI: 10.31038/IJNM.2024561

 

Resumo: No Brasil, é determinado pela Constituição Federal de 1988, que o direito à saúde seja viabilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o acesso deverá ser universal, integral e gratuito, esse acesso é realizado através da ações das políticas públicas, que representam um conjunto de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (federal, estadual ou municipal) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados, essas políticas têm como objetivo garantir a cidadania e o bem-estar social. É de responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde às pessoas em condições de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família. A literatura científica apresenta que estudantes universitários estão fortemente sujeitos ao esgotamento mental e ao desenvolvimento de Transtornos Mentais Comuns (TMC), pois enfrentam, em seu cotidiano, diversas mudanças e adaptações com o início da vida acadêmica que trazem além da mudança do ensino médio para acadêmico, outras transformações que vão desde a saída do lar parental e organização financeira ao planejamento de excedentes horas de estudo. Essa tensão se estende ao longo do curso com as cobranças acadêmicas. Este ensaio teórico teve por objetivo refletir sobre as diversas questões do cotidiano acadêmico e o impacto na saúde mental de estudantes universitários durante o processo de formação. Foi realizada uma busca exaustiva pela literatura científica dentro da temática de saúde mental universitária, que identificou a população jovem adulta como grupo risco para o desenvolvimento de TMC, apresentado problemas relacionados como a ansiedade, depressão e suicídio. Estudos têm apontado que o jovem quando inserido na universidade tem mais chances de adoecimento do que os outros jovens da mesma idade que não cursam a universidade. O Censo de Educação Superior de 2019 apresentou que 8,6 milhões de jovens brasileiros estão matriculados na universidade. Esse ingresso na universidade é uma grande conquista, mas envolve mudanças, desafios e, também, adoecimento. Em todo o mundo várias pesquisas envolvendo estudantes universitários são realizadas, motivadas por situações psicossociais, econômicas, políticas e até mesmo questões referentes ao próprio ensino. Há diversos fatores associados ao sofrimento psíquico de estudantes universitários, maior vulnerabilidade do sexo feminino e uma variância da prevalência de depressão de 9,3% a 85% de acordo com a localidade, aspectos socioculturais e econômicos. É preciso que haja discussões entre gestores de saúde e as instituições de ensino superior sobre necessidades de saúde, singularidades de diversos grupos específicos, população jovem e estudantes universitários para implementação de programas e políticas de saúde mental com vistas à promoção da saúde, prevenção de riscos ao adoecimento mental, com participação e proatividade de todos, efetividade das ações de diagnóstico, acompanhamento e controle, assegurando aos universitários a conquista de uma nova profissão e o direito ao acesso universal à saúde e à educação com qualidade e como princípio fundamental para o desenvolvimento da cidadania.

Palavras-chave

Estudantes Universitários; Políticas Públicas; Saúde Mental; Sofrimento Psíquico; Universidade

REFERÊNCIAS

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  8. HUSSERL, E. A ideia da fenomenologia. Tradução de Carlos Morujão. Lisboa: Ed. 70, 1986.

Article Type

Opinion Article

Publication history

Received: November 25, 2024
Accepted: November 28, 2024
Published: November 29, 2024

Citation

de Faria EL, Araújo da Silveira EA, Fonseca Viegas SM (2024) POLÍTICAS PÚBLICAS E SAÚDE MENTAL: UMA REFLEXÃO SOBRE COTIDIANO E ACESSO ÀS AÇÕES PREVENTIVAS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Integr J Nurs Med Volume 5(6): 1–2. DOI: 10.31038/IJNM.2024561

Corresponding author

Elisângela Lopes de Faria
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
Rio de Janeiro
RJ
Brasil